Intervenções na reunião de câmara de 05 de Novembro de 2014
Águas do Ribatejo
A Águas do Ribatejo é uma empresa com
responsabilidades na área dos sete municípios que serve, Almeirim, Alpiarça,
Benavente, Chamusca, Coruche, Salvaterra de Magos e Torres Novas. A
empresa constituída apenas com capitais públicos das autarquias intervém no
âmbito dos Sistemas Intermunicipais de Abastecimento de Água e de Saneamento da
Lezíria do Tejo e do Almonda.
A Águas do Ribatejo presta um serviço de
garante do fornecimento contínuo de água, drenagem e tratamento de águas residuais
dos cerca de 150 000 habitantes dos municípios abrangidos.
O facto de estarmos perante uma
empresa com 100% de capitais públicos, é no nosso entender, factor decisivo
para o garante de preços equilibrados e justos no fornecimento da água assim
como no tratamento de águas residuais. Permite igualmente aplicar tarifários
sociais, assim como, tarifários destinados a famílias numerosas.
Novos
investimentos e oportunidades estarão nos objectivos da Águas do Ribatejo com o
novo quadro comunitário 2014-2020.
Ditam assim
os principais objectivos da empresa Águas do Ribatejo, no entanto, enunciamos
algumas preocupações que no nosso entender requerem reflexão conjunta.
Perguntámos
aquando do debate e aprovação do novo tarifário, qual o plano de investimento
para 2015 no nosso concelho? não obtivemos resposta, pois o seu representante
não vinha munido com essas informação.
Consideramos
fundamental a informação sobre qual o valor desse investimento e aplicação do
mesmo. Mas vamos mais longe, qual os critérios que definem os valores a
investir nos respectivos concelhos da empresa Águas do Ribatejo? Qual a
prioridade desses investimentos no território do município de Salvaterra de
Magos? Quem define essa prioridade? Porque não está envolvido este órgão na
definição da estratégia de investimento?
Estamos
igualmente preocupados com a metodologia de intervenção da Águas do Ribatejo no
território de Salvaterra de Magos. É prática desta empresa intervir sem
qualquer autorização prévia e planeamento articulado com o município. Esta
prática recorrente leva a demasiados incómodos para os nossos munícipes, assim
como gastos despropositados.
Qual o
papel de fiscalização do município nas obras promovidas pelas Águas do Ribatejo
no território de Salvaterra de Magos?
Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, dou dois exemplos para percebermos a inexistência
de articulação entre as instituições Câmara Municipal e empresa Águas do
Ribatejo.
Na rua do
Furo, em Marinhais, entre a rua dos Saraivas e a Estação Elevatória foi
construído um emissário, destruiu-se o asfaltamento para a construção do
respectivo emissário que já existia, exactamente nesse local, estamos a falar
de uma total falta de articulação e respectiva falta de consulta do processo.
Estamos claro, a falar igualmente de um desperdício de verbas.
Na estrada
581 que liga Glória do Ribatejo a Muge estão a ser construídas diversas caixas
de cimento com cerca de 1 metro de altura e a 80 cm da berma. Assim como, a
destruição total das valetas e com isso comprometerem decisivamente o
escoamento das águas assim como intervenções futuras de alargamento da via. O
mesmo acontece no Granho, aí em estradas com velocidades mais reduzidas.
Estamos a
falar da falta de fiscalização por parte do nosso município, à inexistência de
soluções em conformidade, que decisivamente põe em causa a segurança dos nossos
munícipes, e ao desperdício de investimento no nosso concelho.
Estas
reflexões são problemas de hoje, como foram do passado, que no nosso entender
merecem o nosso total desassossego.
Activistas evocaram vítimas de violência doméstica em Portugal
Nos últimos dez anos, a violência doméstica causou a
morte de perto de 400 mulheres. Só este ano, o número de vítimas já ultrapassa
as três dezenas. Várias associações lembraram a história destas mulheres e
fizeram um apelo à consciencialização e à mudança.
Algumas dezenas de pessoas depositaram flores junto de
uma placa colocada perto da maternidade Alfredo da Costa de homenagem às
vítimas de violência doméstica e assinalaram num pano preto nomes de várias das
mulheres vitimadas a nível nacional, que ascendem a 398 nos últimos dez anos.
A iniciativa tratou-se, de “um apelo à participação e
um apelo à consciencialização e à mudança", segundo explicou Elisabete
Brasil, da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), em declarações à
agência Lusa.
Segundo defendeu a ativista, tem de ser feita essa
mudança, começando também pela formação dos mais novos, já que numa década não
foram visíveis grandes mudanças.
"Estas mulheres não podem ter morrido em vão, têm
de nos dar força para nós exigirmos uma mudança", reiterou Margarida
Medina Martins, da Associação de Mulheres Contra a Violência.
Já Maria José Bravo, da Associação Portuguesa de
Mulheres Juristas, referiu que a violência doméstica é transversal na
sociedade, não sendo exclusiva de um determinado setor, e lembrou que, sendo um
crime público, todas as pessoas devem denunciar casos que conheçam, porque não
passa de um erro do passado o adágio "entre marido e mulher não metas a
colher".
As ativistas defenderam que os tribunais, perante
denúncias de crimes de género, que implicassem, nomeadamente, perseguições ou
ameaças, deviam aplicar imediatamente medidas de coação, "desde logo o
afastamento do agressor de locais frequentados pela vítima".
Temos por diversas vezes trazido este tema a reunião
de câmara, deixamos aqui este testemunho para mais uma vez apelar à maioria
socialista para uma reflexão sobre esta temática e desenvolver um plano de
acção.
Ponto 5 Atribuição dos antigos espaços Escolares em
Marinhais às associações da Freguesia
Queremos manifestar a concordância com o espírito da
cedência das salas dos antigos espaços escolares em Marinhais às associações da
Freguesia.
Não acompanhámos as reuniões com as colectividades,
como não dispomos de elementos para saber se estas atribuições são equitativas
no que se refere à sua distribuição. Registamos no entanto a recusa do pedido
da oposição na assembleia de freguesia de Marinhais à solicitação de serem
envolvidos nestas escolhas e acompanharem as respectivas reuniões com as
associações.
A proposta inclui a manutenção na posse do município
de uma sala, mas a mesma não consta na proposta de atribuição das mesmas em
deliberação, será que estamos a mencionar a sala da Junta de Freguesia?
Aguardamos pelas propostas de protocolos com as respectivas
associações para nos pronunciarmos sobre os mesmos de forma ajuizar da justiça
da sua atribuição.
Ponto 7 Atribuição do Pelouro do Desenvolvimento
Económico e Empreendedorismo
A atribuição e criação deste novo pelouro ao vereador
Francisco Naia eleito pelo PSD/CDS tem diversas leituras politicas que requerem
algumas considerações.
Assinalar em primeiro juízo a dificuldade de
entendermos as acusações sucessivas do Sr. Presidente em relação ao vereador
Francisco Naia, todos nos lembramos das acusações de falta de carácter, de má
fé, de inverdades, falar mal pelas costas, de não ter qualquer confiança na
pessoa em causa, pessoa com duas palavras, são no entanto afirmações como estas
que relevam a essência da falta de ética, afirma o Sr. Presidente na reunião de
câmara 24/09/2014, acta nº 20, "...e portanto senhor Vereador, vou ter
muita dificuldade, e isto é para ser o mais sincero e o mais honesto possível,
em discutir com o senhor Vereador Francisco Naia seja o que for em termos de
política de desenvolvimento económico do nosso Concelho. Confesso-lhe, tenho
muita dificuldade, porque aquilo a que tenho assistido da sua parte, em termos
de comportamento fora e dentro das reuniões de câmara, não me permite confiar
em si como parceiro de debate, obviamente e essa posição é objectivamente
mútua, porque ambos nos sentimos desconfortáveis e portanto eu não sou
hipócrita, senhor Vereador, se me sinto desconfortável em dialogar consigo e
consigo dialogar com outros companheiros seus, com outros camaradas de outros
partidos, tenho dificuldade objectiva consigo. Eu Hélder Esménio, tenho
dificuldade objectiva em dialogar com Francisco Naia, eu não queria trazer para
aqui, sessão de câmara, as razões objectivas que me levam a tirar estas
conclusões ou a ter este comportamento, porque eu sei o que o senhor faz, diz,
conversa, o senhor sabe o que eu faço porque nós vivemos na mesma terra, temos
amigos comuns e temos posturas que mais ou menos vão passando entre os amigos,
e vão nos informando mutuamente em relação a isso. Não estou a fugir ao diálogo
com o PSD, não estou a fugir ao diálogo com o CDS, não estou a fugir ao diálogo
consigo, agora tenho objectivamente dificuldades pessoais em conseguir
relacionar-me consigo. Já lhe disse na última reunião de câmara, que sou
institucionalmente obrigado a fazer esse debate no âmbito do plano de
actividades, e farei todos os debates que institucionalmente tenha que fazer,
agora não farei mais debates do que aqueles que tenhamos que fazer, porque eu
não sou obrigado a discutir com o senhor Vereador o plano de desenvolvimento
económico..." acrescenta-se "...Interveio o senhor Vereador Francisco
Naia dizendo: “Senhor Presidente, eu apetecia-me responder de uma forma, mas
por respeito principalmente a esta casa, não o vou fazer. A única coisa que vou
limitar-me a dizer é que estranha forma de gerar consensos! Não estou na
política para fazer amigos, como disse o senhor Vereador Luís, Gomes mas se
calhar nunca vamos ser amigos, nem nunca fomos, mas se calhar nunca haveremos
ser...". E hoje estamos perante uma informação de atribuição de
responsabilidades a nível de pelouro ao respectivo vereador, será que passa
pelo crivo da ética esta decisão?
Assinalar que esta proposta confirma a razão do Bloco
de Esquerda quando se referia à total incompetência desta maioria socialista em
responder aos desafios do desenvolvimento económico do concelho e acima de tudo
sem qualquer estratégia.
Assinalar que mais uma vez as soluções encontradas
pelo Sr. Presidente para os desafios do município excluem do Partido Socialista,
o que continuamos a estranhar.
No
nosso entender este acto de gestão não é mais que o assumir da incompetência do
PS para gerir a Câmara. Perante essa evidência, procuraram apoio à direita,
incapazes de conseguirem estabelecer pontes à esquerda e de poderem, assim,
beneficiar da reconhecida experiência do Bloco de Esquerda.
Este
encostar à direita parece ser sina das cúpulas do PS, infelizmente tanto a
nível nacional como local. O que nos parecia equilibrado e melhor para
Salvaterra de Magos, teria sido o presidente ter tido a capacidade democrática
de propor funções executivas a todos os vereadores, sem encargos para o
Município.
Não
o fez, foi a sua opção, mas acho que em nome da transparência devia divulgar
publicamente os termos do acordo político entre o PS e o PSD, é o mínimo que se
exige.
Esperamos
que a ida aos saldos de Outono não esteja recheado de surpresas no próximo ano.
Termino
desejando a melhor das sortes para o vereador Francisco Naia, com a esperança
que tenha em conta as opiniões da oposição, contrariamente à postura da maioria.
Luís Gomes
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