quinta-feira, 4 de dezembro de 2014















Reunião de Câmara de 03 de Dezembro de 2014

Casos confirmados de tuberculose entre os alunos da Escola Profissional de Salvaterra de Magos
Foi noticiado pela comunicação social da existência de três casos de tuberculose confirmados entre os alunos da Escola Profissional de Salvaterra de Magos que estão a deixar os encarregados de educação bastante alarmados e a exigir o encerramento temporário do estabelecimento, para desinfecção do mesmo.
Pelo que é público durante a semana que passou, os quase 400 elementos da comunidade escolar foram sujeitos a um mega rastreio à doença, que detectou vários casos de alunos e professores a necessitar de fazer um tratamento preventivo.
Segundo as autoridades de saúde, não se pode falar em surto nem há quaisquer razões para alarme, mas as explicações andam longe de convencer e de tranquilizar os pais.
Considerando que se trata de uma doença perigosa e altamente contagiosa, gostaríamos de saber qual o ponto de situação da desinfecção da escola, quais foram os resultados do rastreio à comunidade escolar, se este surto não é impeditivo de que a escola funcione normalmente e que medidas a escola e o município estão a desenvolver para combater este flagelo.
Transporte de sobrantes verdes
Tivemos conhecimento da concentração de sobrantes verdes recolhido no concelho num terreno pertencente ao município na freguesia de Marinhais e que posteriormente transportados para a antiga fábrica do papel, em Salvaterra de Magos, para serem tratados por uma máquina recentemente adquirida pelo município. Esta operação de transporte durou dois dias a ser efectuada.
A referida operação acabou por ser cancelada tendo novamente sido levado a cabo o transporte dos referidos sobrantes verdes para o local inicial em Marinhais, operação esta que durou mais dois dias em transporte.
Sr. Presidente que motivos tiveram na origem deste total desperdício de tempo dos nossos funcionários, dinheiro e desgaste do nosso equipamento?
Estamos muito preocupados com este desperdiçar de recursos, do nosso município, sendo incompreensível  a má gestão dos recursos municipais.

Manutenção das estradas asfaltadas e de terra batida
Enquanto isso vamos assistindo ao estado das nossas estradas asfaltadas e de terra batida no nosso concelho que se encontram ao total abandono. As chuvas intensas tem prejudicado profundamente a normal circulação de viaturas e munícipes. Continuamos a solicitar a intervenção nas estradas de terra batida com a limpeza das respectivas bermas e valetas, removendo desperdícios que impedem uma boa drenagem, assim como a sua manutenção regular.

Discussão do plano e orçamento municipal
A recente lei 73/2013 que obriga à aprovação e envio do plano e orçamento municipal ao órgão Assembleia Municipal, tem como principal objectivo permitir à respectiva Assembleia Municipal uma discussão aprofundada e atempada considerando a importância dos documentos em apresso.
Constata-se que o espírito da lei em Salvaterra de Magos não vinga, estando já passado mais de 1 mês da suposta entrega do plano e orçamento ao órgão Assembleia Municipal e nada aconteceu para cumprir o espírito da lei.
Nesse sentido apelamos à maioria socialista que em futuros discussões do plano e orçamento municipal se leve a cabo uma real participação e democratização destes documentos com a apresentação dos mesmos ao grupos municipais e de forma temática, diga-se, apresentação do plano e orçamento por pelouros, com a participação dos respectivos vereadores.

Proposta de revogação do aumento do horário de trabalho dos funcionários de todos os serviços do município
Na última reunião de câmara datada de 19 de Novembro de 2014 foi apresentado neste órgão uma moção pelo os eleitos do Bloco de Esquerda ao abrigo do artigo 25.º, n.º 2, alínea k) do Anexo I da Lei n.º 75/2013, de 12 de Setembro, e do Princípio da Autonomia das Autarquias Locais a proposta de revogação do aumento do horário de trabalho dos funcionários de todos os serviços do município. Gostaríamos de perguntar para quando a entrada em vigor da deliberação deste órgão com a aprovação desta moção por unanimidade.

Requerimento para pagamento da tomada de posse
Ex.mo Senhor Presidente da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos
1 - Por ocasião da tomada de posse dos órgãos autárquicos do Município de Salvaterra de Magos, em 18 de Outubro de 2013, foi servido um beberete na ocasião, cujo serviço ficou a cargo da Escola Profissional de Salvaterra de Magos.
2 – Tal serviço não foi contratado pelos órgãos do Município de Salvaterra de Magos em funções até à tomada de posse referida.
3 – Tal serviço, sempre exigiria alguma antecedência na sua contratação, pelo que não tendo sido contratado pelo Município de Salvaterra de Magos, há-de ter sido contratado por alguém.
4 – A Escola Profissional de Salvaterra de Magos é detida em 50% pelo Município de Salvaterra de Magos, integrando-se no sector empresarial local.
5 – Assim, importa que a Escola Profissional de Salvaterra de Magos informe sobre a prestação de tal serviço, esclarecendo quem o encomendou, qual o seu valor, a factura que liquida a prestação desse serviço e a menção ao respectivo pagamento, recibo e meio de pagamento utilizado ao abrigo do artigo 42.º, n.º 1, alínea f) da Lei n.º 50/2012, de 31 de Agosto.
Nestes termos, requer-se ao Senhor Presidente da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos que diligencie para a prestação da informação supra solicitada.

Encontro Concelhio Anual do Bloco de Esquerda
Aproveito para informar que o Bloco de Esquerda vai levar a cabo no próximo dia 7 de Dezembro na Associação Humanitária do Granho o seu Encontro Anual, no qual vamos fazer balanço do 1º ano autárquico deste mandato e perspectivar o próximo ano. Informo igualmente que temos a honra de receber no nosso concelho a recente eleita coordenadora nacional do Bloco de Esquerda, Catarina Martins e assinalar com muito agrado o regresso à actividade politica de Ana Cristina Ribeiro, Presidente deste município durante 16 anos e que após uma breve ausência, e bem merecida, retoma a sua actividade cívica e politica. 

Centros Históricos no Concelho de Salvaterra de Magos
Na ordem de trabalhos da última reunião de câmara foi pela segunda vez abordada a permanência ou não do município de Salvaterra de Magos na Associação Portuguesa dos Municípios com Centro Histórico. No entender do Bloco de Esquerda mais importante que discutir a permanência ou não na Associação Portuguesa dos Municípios com Centro Histórico, é perceber qual a estratégia do executivo para os núcleos de formação histórica sedimentados no nosso concelho.
Constatamos que da parte da maioria socialista nenhum contributo é dado sobre essa estratégia, mais uma vez temos uma mão cheia de nada no que diz respeito à estratégia de valorização da nossa memória colectiva, do nosso património e consequentemente não apresenta qualquer plano para potenciar o nosso turismo.
No entanto não nos custa rigorosamente nada reconhecer que o que fizemos sobre esta matéria, não foi tudo e diga-se, que pelo muito que havia por fazer, dado o estado em que o Partido Socialista deixou o Concelho, a prioridade passou por criar as infra-estruturas básicas necessárias inexistentes, mas também foram desenvolvidos inúmeros projectos e acções culturais e patrimoniais tendo como ponto alto a falcoaria do palácio real.
Deixemos no entanto o passado e concentremo-nos no futuro, porque nesta como noutras matérias temos sido sempre uma oposição responsável e construtiva, por isso registamos a nossa reflexão, contributos e propostas.
O conceito de centro histórico tem sofrido alterações à medida que os tempos passam. A Carta de Atenas (1931) foi aquela que, pela primeira vez, estabeleceu critérios de preservação e revitalização de edifícios antigos. Anunciava os monumentos como testemunho vivo de tradições, sendo por isso indispensável a sua preservação.  A Carta de Veneza (1964) – Carta Internacional sobre a Conservação e o Restauro de Monumentos e Sítios, alargou e renovou o conceito já abordado na Carta de Atenas, aprofundando ainda os seus princípios. Assim sendo, o conceito de monumento histórico deixou de estar somente relacionado a criações arquitectónicas, passando a englobar sítios quer urbanos, quer rurais – desde que estes encerrem vestígios de civilizações que, de alguma forma, simbolizem uma fase marcante da história.
Esta abordagem de centro histórico para além de criar uma intervenção física de recuperação e valorização do património, a reabilitação urbana limita a deterioração da paisagem, ao mesmo tempo que fomenta a cidadania, fixa a população residente, potencia o comércio tradicional e alicia o turismo. É fundamental que a reabilitação restitua aos habitantes a afeição pelo seu espaço e descubra os valores inerentes de cada lugar. Ao intervir, em qualquer que seja o lugar, temos de ter em conta que o nosso “alvo” é um organismo vivo e mentalizarmo-nos daquilo que, na realidade, é uma cidade. Reabilitar é actualizar conservando e prezando a identidade.  A revitalização dum centro histórico passa obrigatoriamente pela introdução de novas actividades e utilização das áreas devolutas, quer pelo restauro de velhos edifícios, quer pela construção de novos, sempre que se justifique.
Os desafios dos centros históricos em específico, apresentam um conjunto vasto de problemas comuns que merecem especial atenção, no caso do concelho de Salvaterra de Magos, destacamos: 
O Despovoamento – Estes espaços obstruíram a permanência de jovens nos centros históricos provocando simultaneamente a deterioração dos edifícios ocupados por parte da população idosa que, sem recursos económicos, se vê incapacitada para os recuperar. 
O Envelhecimento – A população residente nestas áreas é maioritariamente idosa, sendo que, cerca de 25% tem mais de 65 anos. FONTE INE. Este elevado envelhecimento da população acarreta incalculáveis consequências para o crescimento e recuperação sustentáveis dos nossos centros históricos: embaraça a recuperação do parque habitacional uma vez que esta camada específica da população não possui meios económicos para fazer as respectivas construções.
Tráfego automóvel, acessibilidades e estacionamento – Nos centros históricos as ruas não chegam para os carros, os carros prejudicam os peões, o estacionamento não chega.
Temos que ter em consideração que a lista de problemas referentes aos centros históricos não acaba aqui. Existem outros que se confinam mais a uns centros que noutros.  Assim sendo, é necessário identificar o que está errado no nosso concelho, nas freguesias e mesmo em lugares para que se possam operar estratégias de intervenção. Só assim se pode evitar que estes centros caiam no esquecimento e perpetuem ou acentuem a sua degradação. São eles que confinam, que preservam as memórias que nos identificam e preservam a nossa identidade como cidadãos.
Esta decadência suscitou uma crescente preocupação por parte dos governos que têm procurado dar respostas no sentido de solucionar os casos mais problemáticos. Estas têm-se traduzido em Programas de Intervenção que obtêm financiamento do Orçamento de Estado, de Fundos Estruturais da União Europeia e de outras entidades que pretendam dar apoio.  Assim sendo, deixamos aqui alguns dos programas existentes em Portugal: 
1) RECRIA – Regime Especial de Comparticipação na Recuperação de Imóveis Arrendados. O RECRIA é comparticipado pela Câmara Municipal e pelo INH – a “fundo perdido”. Este programa destina-se aos proprietários, aos inquilinos e aos municípios cuja renda tenha sido alterada.  Para incorporar este programa, é necessário que o contrato de arrendamento seja anterior a 1 de Janeiro de 1980 e que a renda não tenha tido nenhuma correcção extraordinária.  
2) PRAUD – Programa de Reabilitação de Áreas Urbanas Degradadas. Este programa pretende reabilitar e renovar áreas urbanas consideradas degradadas. Destina-se a indivíduos que, por algum motivo não possam integrar o programa RECRIA ou outros programas e a indivíduos que habitem ou sejam proprietários de um imóvel que pode estar arrendado. Cabe ao PRAUD a reabilitação de coberturas, de fachadas e de instalações sanitárias e redes, quando estas existem em condições precárias ou simplesmente não existem.
3) REHABITA – Regime de Apoio à Recuperação Habitacional em Áreas Urbanas Antigas. O REHABITA é uma extensão do RECRIA que pretende auxiliar financeiramente os municípios na recuperação de regiões urbanas antigas. Destina-se em situações em que os inquilinos ou os proprietários dos edifícios se deneguem a realizar obras. 
4) SOLARH – Programa de Apoio Financeiro Especial para a Realização de obras de Conservação e Beneficiação em Habitações. Destina-se à realização apenas de obras de conservação ordinária, extraordinária e de beneficiação. A indivíduos ou agregados familiares de poucos recursos que possuam única e exclusivamente uma habitação e a instituições de solidariedade social.  
5) PROHABITA – Programa de Financiamento para Acesso à Habitação Este programa pretende dar resposta a situações de necessidade habitacional, de famílias carenciadas e de bairros sociais desprovidos de condições mínimas de habitabilidade. 
Como estes, outros programas não menos importantes foram postos em prática, em Portugal: PERU (Programa de Emergência para a Reabilitação Urbana), PROCOM (Programa de Apoio à modernização do Comércio), PROSIURB (Programa de Consolidação do Sistema Urbano Nacional e de Apoio à execução dos Planos Directores Municipais), RECITE/REBUILD (Regiões e cidades para a Europa/Energias Renováveis aplicadas em Edifícios de Cidades Europeias com Centros Históricos), entre outros.
Como se constata existem inúmeras ferramentas de intervenção assim como é necessário criar condições que preservem a identidade, a função habitacional, comercial e económica destas zonas, permitindo assim que se possa continuar este acumular de culturas e tradições.
Neste sentido propomos:
·         a criação de uma equipa multidisciplinar com base nos técnicos municipais, para a produção de um plano de intervenção que potencie todas as sinergias existentes nos núcleos de formação histórica no concelho de Salvaterra de Magos e assim contribuir decisivamente para a sua recuperação e revitalização sócio-económica, tendente ao desenvolvimento do turismo.
·         a criação de 5 núcleos de formação histórica em Salvaterra de Magos, Muge, Marinhais, Glória do Ribatejo e Aldeia Piscatória do Escaroupim.


Luís Gomes

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