quinta-feira, 10 de setembro de 2015











MOÇÃO

Por uma Europa, um país e um Município solidários
com o sofrimento dos refugiados

Todos os dias somos confrontados com imagens terríveis de sofrimento de milhares de refugiados que procuram entrar no continente europeu, fugindo à guerra, à miséria e à opressão existente em inúmeros países  próximos do Mediterrâneo.

O Alto Comissariado da ONU para os Refugiados tem muito justamente apelado a que a U.E se disponibilize a instalar nos vários Estados-membros cerca de 40.000 refugiados provenientes da Síria e Eritreia, um número muito pequeno face aos mais de 600.000 pedidos de asilo.    

O governo português, apesar da história do nosso país estar muito ligada à emigração (só no último ano foram mais de 130.000 os portugueses forçados a procurar uma vida melhor no estrangeiro), apenas acolheu 40 pedidos de asilo em 2014, rejeitando mais de cem outros pedidos. Outro pequeno país, a Grécia, com as dificuldades conhecidas, concedeu o estatuto de refugiado a quase duas mil pessoas.

Todos os dias tomamos conhecimento de histórias de vida e de morte inacreditáveis. Todos os dias sabemos de novos naufrágios, de milhares de afogados que morrem na tentativa de chegar à Europa. Todos os dias sabemos do sofrimento de mulheres, homens e crianças que preferem arriscar a vida, em vez de ficar à espera de uma morte certa.
Sabemos que o Mar se tornou numa enorme vala comum; vimos a imagem do pequeno Aylan; ouvimos os pedidos de ajuda de quem diz 'se eu ficar no meu país arriscarei a minha vida todos os dias'. E perante tudo isto não podemos ficar indiferentes. Temos que actuar; tomar medidas fortes e capazes de ajudar.
Falamos dos muitos milhares de refugiados que tentam desesperadamente fugir da guerra, da fome e da morte. São pessoas que querem apenas uma coisa: a oportunidade de ter uma vida, se possível com aqueles que mais amam.
Todos os dias sabemos desta enorme crise humanitária. Não a podemos ignorar. Não podemos olhar para o lado, muito menos cruzar os braços.
Perante o desespero destas pessoas, a resposta da Europa – e de Portugal em particular – deve ser a resposta da solidariedade: acolher os que se atrevem a atravessar o mar, salvar as vidas de quem foge da guerra.
Esta não é uma questão de imigração; é uma questão de direitos humanos, é uma questão de vidas humanas. A nossa posição só pode ser uma: não a de regatear vidas humanas, mas sim a de prestar todo o auxílio necessário.
 Assim, o Bloco de Esquerda exorta o Executivo para que tome acções concretas no sentido de acolher e ajudar alguns destes refugiados e suas famílias.
Os municípios podem e devem tomar uma posição nesta luta em defesa da dignidade e da vida humana e devem tomar medidas concretas para tornar possível o acolhimento de refugiados pelo país. Os municípios não podem cruzar os braços sabendo da catástrofe que se vive.

Pelo exposto, a Câmara Municipal de Salvaterra de Magos, reunida em 09 de Setembro de 2015, delibera:


1.    Solidarizar-se com os milhares de refugiados oriundos de países devastados pela guerra e opressão.
2.    Apoiar a acção humanitária da agência da ONU para os refugiados e as medidas em curso na União Europeia e apelar ao município de Salvaterra de Magos que se disponha a acolher pedidos de asilo, exprimindo assim o espírito generoso e solidário da população que representa.


A ser aprovada esta moção, enviar à  Assembleia Municipal de Salvaterra de Magos, Juntas de Freguesia e União de Freguesias do Concelho e Comunicação Social.


Os Vereadores eleitos do Bloco de Esquerda



Salvaterra de Magos, 09 de Setembro de 2015

Aprovada por unanimidade

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