quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016











Reunião de Câmara de 03 de Fevereiro de 2016

Eleições Presidenciais

Queria em primeiro lugar assinalar o acto democrático que foram as eleições presidenciais no nosso concelho, não se registando qualquer anomalia.
Os resultados falam por si e mostraram a vontade popular. No entanto não posso deixar de referir-me à candidatura de Marisa Matias, que ousou demonstrar que na política as histórias não são definitivas.
Marisa Matias teve coragem quando se atreveu a candidatar-se a um cargo que muitos julgam reservado só a alguns, quando fez uma campanha de rua, de contacto com as pessoas e seus problemas, ao mesmo tempo uma candidatura de profundidade do debate politico. Respeitou assim cada pessoa a quem pediu um voto de confiança.
A coragem das ideias claras em tempos de falsas normalidades compensou, e por isso, foi de Marisa Matias o contributo mais forte para que houvesse uma segunda volta nestas eleições.
Engana-se quem vê na vitória do candidato da Direita um segundo round das legislativas. A leitura política é outra. À Esquerda não há crise, há recomposição. O espaço vazio que o PS escancarou com as suas indefinições foi ocupado por uma Esquerda de ideias no lugar e mensagens claras.
Refugiados
Sra. Vereadora gostaríamos de saber qual o ponto de situação sobre o cumprimento da deliberação deste órgão executivo de solidarizar-se com os milhares de refugiados oriundos de países devastados pela guerra e opressão.

Rio Tejo
Foi noticia hoje no jornal El País do alerta dos inspectores do conselho de segurança nuclear para o facto de existirem falhas no sistema de refrigeração dos serviços essenciais da central nuclear de Almaraz.

Esta central nuclear situada em Cáceres é a mais antiga em activo no estado Espanhol. Estamos a referir uma central nuclear situada próximo da fronteira portuguesa e um perigo iminente para o rio Tejo.

Nesse sentido ainda hoje será entregue uma pergunta ao ministro do Ambiente manifestando preocupação sobre esta noticia e questionando sobre as dimensões destas falhas e medidas a tomar para preservar o rio Tejo e possíveis contaminações.

Terreno na zona industrial de Muge
Sr. Presidente vou debruçar-me sobre um tema que já foi anunciado nas redes sociais, portanto já foi convocado para ele. Quem o fez lá saberá porquê, no entanto não me parece muito ajuizado, não só porque lhe tirou umas boas horas de sono, como certamente colocou um batalhão de técnicos e juristas a preparar vários discursos escritos e alternativos às respostas e muitas dúvidas existentes neste processo.
Certamente esta noticia nada acrescenta ao esperado por parte do Bloco de Esquerda, um prática responsável, discutir e assumir as nossas preocupações e propostas nos respectivos órgãos para os quais fomos eleitos. A novidade é que ficámos a saber o que a CDU pensa sobre esta matéria e o que vai dizer nesta reunião.
Não posso deixar de demarcar-me de quem proporcionou a publicação de excertos de documentos oficias e nomes de funcionários do município. Condenámos na altura própria o Sr. Presidente quando publicou no seu blog pessoal documentos oficiais do município num então ataque cerrado à direcção do Forense, assim como o fizemos quando por diversas vezes tentou usar funcionários do município para ataques políticos ao Bloco, não podemos deixar de o fazer igualmente neste caso, quanto ao jornalista em causa só cumpriu o seu papel, fazer noticia.
Sr. Presidente como é sabido na última reunião de câmara o Bloco de Esquerda solicitou informações sobre o processo nº 127/15 que permitiu a revenda e destaque de uma parcela de terreno com uma área de 3310.20 m2 de um terreno na zona industrial de Muge com área total de 8336.50 m2.
O processo em causa refere-se a um lote de terreno que foi adquirido num processo de insolvência datado de 2009 e revertido para a banca em finais de 2013 para comportar parte da divida da empresa proprietária.
Este processo implicou um conjunto de actos que no nosso entender mereciam ser esclarecidos para bem da transparência e do cumprimento da lei a que todos estamos obrigados.
Mas não, o Sr. Presidente que no âmbito das suas competências que é obrigado ao claro esclarecimento dos actos administrativos do município, recorreu como já nos habituou às suspeições, inverdades, ameaças, enfim, a um conjunto de actos anti-democráticos que em nada prestigia este órgão. Mas nada é novidade, foi assim com o projecto para o novo quartel da GNR na avenida, com os asfaltamentos de estradas, com o regulamento do complexo desportivo municipal, com o centro escolar de Marinhais, com o projecto cultura Avieira, com o endividamento do município, etc, etc, etc.
No entanto gostaria antes de mais apresentar uma nota prévia, correcção de um erro por nós enunciado na última reunião, quando afirmámos da obrigatoriedade deste processo ser submetido à AM, mas foi feito confusão com o órgão AF, aqui deixamos a correcção.
Sr. Presidente, considerando a total desvalorização manifestada pelo Sr. aquando das perguntas dirigidas pelos eleitos do BE fomos analisar o processo e fazer as respectivas averiguações das quais aqui deixamos nota e sobre todas elas, existe suporte documental que comprova as respectivas afirmações que concluímos e que passamos a enunciar.
Em 20-07-1998, por escritura celebrada no Cartório Notarial de Salvaterra de Magos, Armando Pratas Diogo adquire à Junta de Freguesia de Muge um terreno destinado a construção industrial, sito no lote 16 na Zona Industrial de Muge com área de 10.000m2.
Na escritura são consignadas as condições em que é feita a venda e que são aceites pelo comprador, note-se, comum a todas as escrituras realizadas e por nós consultadas para a venda de terrenos na Zona Industrial de Muge. Destaco as seguintes: alinha d) É proibido a revenda das parcelas de terreno, no caso dos compradores desistirem da montagem da industria; alinha e) No caso de se verificar a desistência, tem a vendedora o direito de obter para si a parcela vendida pelo mesmo preço ou o direito de obter sentença que produza os efeitos de declaração negocial dos faltosos.
Em 24-08-2007 por escritura celebrada no Cartório Notarial de Clara Maria Pereira dos Santos Rodrigues, em Salvaterra de Magos, o respectivo lote 16 na Zona Industrial de Muge é vendido por Armando Pratas Diogo à empresa Adioplast-Industria de Plásticos, Ldª, da qual é sócio gerente. Na escritura consta que a venda foi autorizada pela Junta de Freguesia de Muge e com as respectivas condições atrás descritas impostas pela respectiva Junta de Freguesia.
Mais informo que todas as escrituras por nós consultadas realizadas para venda de lotes pertencentes à Zona Industrial de Muge têm incluído as clausulas de salvaguarda impostas pela Junta de Freguesia de Muge.
As certidões da Conservatória do Registo Predial de Salvaterra de Magos datadas de 06-07-1995, 20-05-2003 entregue na Câmara Municipal de Salvaterra de Magos solicitado pelo oficio 2570 de 29-04-2004 referente ao Procº de Obras nº 321/88 e de certidão de 28-08-2008 têm averbadas as condições impostas pela Junta de Freguesia de Muge.
Não pode o Sr. Presidente da Câmara de Salvaterra de Magos afirmar desconhecimento das condições impostas pela Junta de Freguesia de Muge para os lotes da Zona Industrial de Muge, como o fez na reunião de câmara anterior, porque como técnico da DOMSU da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos intervêm no Proçº de Obra nº 321/88 através da informação nº 10/2008 de 07-01-2008 referente a este lote.
Mais estranhamos que sabendo destas condições não tenha articulado ou consultado o Presidente da Junta de Freguesia de Muge eleito na mesma lista do Sr. Presidente, o Partido Socialista.
Acrescenta-se que no historial da Zona Industrial de Muge e de todas as actividades industriais e transacções de lotes nunca foram autorizados destaques de lotes industriais.
Anota-se que o registo de aquisição deste lote pelo actual proprietário foi realizada na Conservatória do Registo predial de Leiria, que omite as condições impostas pela Junta de Freguesia de Muge.
Anote-se que a firma responsável pelo projecto do destaque da parcela de terreno afirma que existem dois edifícios industriais edificados pelo anterior proprietário segundo o Procº 321/88 que carecem da apresentação de um projecto de alteração e de legalização a apresentar.
Todo este processo dá inicio pelo proprietário a 04-11-2015 (quarta-feira), a 06-11-2015 (sexta-feira) o Fiscal Municipal dá informação, a Engª Técnica dá informação e o Sr. Presidente dá despacho.
Uma rapidez processual de assinalar e registar nos anais do serviço público, mesmo sabendo que na informação da Engª Técnica existe uma recomendação nos itens 4 e 5 que após consultar o procº 321/88 propõe a consulta à Junta de Freguesia de Muge, o que foi completamente ignorado.
Sr. Presidente quanto à rapidez processual, foi de tal grandeza, que levou às obras em curso no lote e respectivo destaque não ter aviso de obra. O Decreto -Lei n.º 136/2014, de 9 de setembro, veio introduzir um conjunto de alterações ao Decreto -Lei n.º 555/99, de 16 de dezembro que aprovou o regime jurídico da urbanização e da edificação, que prevê, na redacção que lhe foi conferida pela Lei n.º 60/2007, de 4 de Setembro, que os modelos dos avisos de publicitação da emissão de alvarás de licenciamento, 1372-(14) Diário da República, 1.ª série — N.º 44 — 3 de Março de 2008 de admissão de comunicações prévias e de autorização de operações urbanísticas sejam aprovados por portaria. Subjacente a esta disposição estão objectivos de uniformização e transparência que visam facilitar a actuação dos intervenientes neste tipo de processos relativos à execução de operações urbanísticas, independentemente de se tratar de entidades públicas ou particulares.
Como se constata pela nossa exposição os factos são evidentes, não se respeitou as clausulas da Zona Industrial de Muge que impede a revenda de lotes sem consulta da Junta de Freguesia de Muge, assim como o acordo tácito que impede destaques em lotes industriais. As clausulas que constam nas escrituras dos lotes industriais da Zona Industrial de Muge são omissas nesta nova escritura, o Sr. Presidente sabia e nada fez.
Sr. Presidente este acto para além de ilegal prejudicou gravemente a Freguesia de Muge, esperamos que seja reposta a legalidade e a justa compensação, a que a freguesia de Muge tem direito.
A este acto grave junta-se o facto de estar a decorrer uma operação de planeamento sem aviso de obra conforme o Decreto -Lei n.º 136/2014, de 9 de setembro, veio introduzir um conjunto de alterações ao Decreto -Lei n.º 555/99, de 16 de dezembro, que estabelece o regime jurídico da urbanização e da edificação (RJUE), no sentido da simplificação do controlo das operações urbanísticas, em particular no que respeita ao procedimento de comunicação prévia. A este junta-se a suposta inexistência de projecto de alteração e de legalização.
A estas ilegalidades não estão alheios outros responsáveis, mas certamente que a justiça a eles se pronunciará.
Vamos aguardar serenamente pelo desenrolar dos acontecimentos na esperança que este executivo do Partido Socialista liderado pelo Sr. Presidente Hélder Esménio corrigirá rapidamente os erros grosseiros cometidos, a não ser feito seremos obrigados a solicitar a intervenção de instancias superiores.

Lixeira na zona industrial de Muge
Termino Sr. Presidente registando as noticias que circulam nas redes sociais, fotos de uma lixeira situada em pleno "coração" da zona industrial de Muge. O estado a que chegou o acumular de lixo é preocupante. Gostaríamos de saber quais as intenções da maioria para a intervenção na lixeira na zona industrial de Muge.

Vereador Luís Gomes


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