sexta-feira, 8 de abril de 2016










Reunião de Câmara de 06 de Abril de 2016

Atentados terroristas de Bruxelas

Gostaria de começar esta reunião de câmara por expressar a mais veemente condenação dos atentados terroristas de Bruxelas e o mais profundo pesar pelas suas vítimas. A este atentado não nos podemos deixar vergar perante o ódio, nem deixar cair a liberdade e a defesa do estado de direito.

A pior resposta ao terror seria a Europa ficar com medo de si própria, começar a fechar fronteiras, a perseguir cidadãos e cidadãs como se fossem eles culpados pelo terror e, portanto, é bom que os governos se encontrem, que os ministérios da Justiça troquem informação, mas é também bom que isso seja feito para garantir liberdades, segurança e não em nome de políticas securitárias ou de muros que, de facto, mostram todo o seu fracasso.

Parlamento chumba voto de condenação a Angola

O processo contra Luaty Beirão e restantes activistas angolanos foi concluído no dia 28 de Março de 2016 com sentenças entre os 2 e os 8 anos de prisão para todos eles. Na Assembleia da República, dois votos de condenação pela punição dos jovens activistas angolanos, apresentados pelo Bloco de Esquerda e pelo Partido Socialista, foram chumbados com os votos contra do PCP, PSD e CDS. Os deputados do Bloco, PS, PEV e PAN votaram a favor do voto do PS. Relativamente ao voto do Bloco, o PS absteve-se e votaram a favor o PEV, o PAN e 17 deputados socialistas.
O voto apresentado pelo Bloco apelava à libertação dos activistas detidos; à condenação da punição dos activistas angolanos; e a que, "nos termos previstos na legislação da República de Angola, a tramitação do processo obedeça aos princípios fundadores do Estado de Direito, incluindo o direito de oposição por meios pacíficos às autoridades constituídas" .
O documento apresentado pelo Bloco afirmava que "acusados do crime de subversão – e, já em plena fase de alegações finais de pertença a uma associação de malfeitores - os activistas foram, na verdade, condenados somente por terem promovido uma leitura colectiva do livro "Da Ditadura à Democracia”, de Gene Sharp. Ou seja, por exercerem direitos fundamentais consagrados na Declaração Universal dos Direitos Humanos: “toda a pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião”". 
Os jovens, recorde-se, foram ilegalmente detidos, abusivamente tratados e com os seus direitos restringidos, e levaram a cabo uma greve de fome para chamar a atenção para a injustiça de que estavam a ser vítimas.
A punição com penas de prisão do que não foi mais que um exercício pacífico e ordeiro de discussão política e de liberdade de pensamento e opinião, contraria "normas elementares do Direito Internacional e da própria ordem jurídica angolana.
O caso põe em causa o respeito por direitos humanos básicos,  nenhuma lógica – seja comercial, financeira, política ou outra – pode justificar o silêncio dos democratas sobre violações de direitos humanos básicos como o que se registou com esta punição dos activistas angolanos. 

RIO TEJO

Aprovação da candidatura do Tejo a Reserva da Biosfera
Gostaríamos de manifestar a nossa satisfação com a aprovação da candidatura do Tejo Internacional a Reserva da Biosfera da UNESCO. Este reconhecimento, a importância do nosso património natural e da sua biodiversidade, significa também um aumento da responsabilidade do governo Português.
A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) aprovou, em Lima, no Peru, a candidatura apresentada por Portugal e Espanha do Tejo Internacional a Reserva da Biosfera. No entanto o Parque Natural do Tejo Internacional (PNTI) enfrenta graves problemas ambientais e de conservação da biodiversidade para os quais é preciso dar respostas.
Conferência sobre o Tejo
No seguimento da campanha levada a efeito pelo Bloco de Esquerda na defesa do rio Tejo, realizámos no passado dia 20 de Abril em Salvaterra de Magos uma Conferência sobre o Tejo, com a presença dos deputados Carlos Matias, eleito pelo distrito de Santarém, Pedro Soares, presidente da comissão parlamentar de ambiente e Jorge Costa, deputado do BE responsável pela área ambiental. Tivemos presente vários activistas ambientais e empresários que promovem a região e o rio Tejo. Seguida de uma Visita de Barco ao Tejo com Catarina Martins, porta voz do Bloco de Esquerda.
Esta iniciativa reflectiu, entre outras, sobre os atentados ambientais permanentes a que o rio Tejo está sujeito, assim como, o perigo do ainda funcionamento da central nuclear de Almaraz, em Espanha.
Central Nuclear de Almaraz
Já aqui falámos anteriormente nas preocupações que nos envolvem quanto ao funcionamento da central nuclear de Almaraz, a uns escassos 100 kms de Portugal.
Este problema foi ontem amplamente divulgado num canal de televisão portuguesa, com entrevistas a associações ambientais espanholas e portuguesas e habitantes que vivem nas proximidades.
Começou a funcionar em 1981, com um 2º reactor em 1983, deveria ter encerrado em 2010, e nunca deixou de dar problemas, sendo actualmente um motivo de grande apreensão para espanhóis, franceses e portugueses.
Ao longo dos seus 25 anos de existência, nela ocorreram mais de 2500 incidentes, uns de maior e outros de menor gravidade, tendo o Conselho de Segurança Nuclear Espanhol identificado fragilidades de segurança.
Na década de 80, mais propriamente em 87 e 88, houve acidentes que libertando vapor radioactivo provocaram mortes, cancro e malformações.
Apesar de preocupações com a segurança, tem licença de funcionamento até 2020,e quer associações ambientais espanholas que acompanham de perto a situação, assim como alguns habitantes locais, dizem que em cada 10 fugas, apenas informam de 1.
É mais um problema que fragiliza a já tão fraca vida do Tejo, podendo tornar-se numa preocupação com resultados previsíveis.
Visita da Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação, à região do Tejo
A visita da comissão de Ambiente, Ordenamento do Território, descentralização, Poder Local e Habitação à região do Tejo, e hoje de manhã ao nosso concelho, confia-nos ser uma mais-valia para unir todas as forças, cada uma assumindo as suas responsabilidades passadas e presentes, para que possamos trabalhar em conjunto na construção de um futuro onde a sustentabilidade terá que ser inevitavelmente o pilar da nossa economia. Mas até lá…
Depois de constantes denúncias, exposições e audiências, a água do Rio Tejo, no curso do Distrito de Santarém, tem vindo gradualmente a apresentar uma cor mais límpida, o que indica que algo pode estar a mudar ao nível da poluição visível a “olho nu”.
Actualmente, os rios Alviela e Almonda são os que mais preocupam o Bloco de Esquerda. É verdadeiramente aterrador, pois estes rios são notícia, há largas dezenas de anos, pelo seu elevado grau de poluição e os prevaricadores continuam impunes, na linha do que sucede em outras “paragens”.
O Açude Insuflável de Abrantes continua a impedir a passagem de embarcações assim como o Travessão do Pego, o qual estar a cair no esquecimento. Estas barreiras artificiais impedem também o normal curso dos sedimentos vislumbrando-se a amplas zonas de assoreamento. Desde 12 de Agosto de 2009 que o açude continua com a escada passa-peixe ilegal pois o equipamento que deveria monitorizar durante três épocas migratórias as espécies piscícolas continua por instalar e a reavaliação deste dispositivo por fazer. As autoridades competentes continuam sem agir numa cumplicidade inarrável. O reduzido caudal mantém-se há mais de uma semana o que reforça a exigência da revisão da Convenção de Albufeira. Esperamos que não seja tarde...
Não podemos ignorar o EcoParque do Relvão, no Concelho de Chamusca, pois a contaminação das massas de água superficiais e subterrâneas são efectivas. A confirmarem-se a presença de certas substâncias, estaremos perante atentados ambientais com uma dimensão inimaginável com a cumplicidade de figuras de diversas empresas e de entidades oficiais.
De Espanha vem a mais inqualificável incúria e a mais temível poluição alguma vez conhecida. Sim, é a Central Nuclear de Almaraz e que deveria ter sido encerrada em 2010 mas continuando a laborar embora os incidentes se sucedam. A postura, aparentemente, pouco firme das autoridades nacionais para com as autoridades vizinhas, não nos transmite qualquer segurança, pelo que o Bloco de Esquerda envidará todos os esforços para que esta central seja encerrada devolvendo a paz às populações de Portugal e Espanha.
Todas as empresas e instituições que pautem a sua laboração tendo em conta a salvaguarda e defesa da biodiversidade da bacia hidrográfica do Tejo, das actividades tradicionais às emergentes e das populações a ela ligadas, merecem o nosso mais profundo respeito e apoio. Não temos a menor dúvida, que serão elas o grande motor do progresso, que tem que ser o novo paradigma na nossa relação com o meio ambiente. É este o nosso desígnio.

A pedido do Sr. Presidente de Câmara aceitámos remeter para uma reunião de câmara privada dois temas que iram ser abordadas pelo Bloco de Esquerda.

Vereador Luís Gomes

 


Salvaterra de Magos, 06 de Abril de 2016

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